Cinco Filmes Negros do Orgulho – Dia da Consciência Negra
Infelizmente, diferente da realidade, o nosso cinema não está repleto de heróis negros, pardos ou índios. Em geral, vemos uma replicação dos preconceitos que vivenciamos todos os dias, estigmatizando e criando uma cultura distorcida por preconceitos sociais.
Neste post você vai encontrar 5 filmes que mostram a mudança social acontecendo pelas mãos de seus heróis, negros de corpo e alma, que se colocaram frente as armas e ousaram modificar seu espaço.
Selma é um filme biográfico de drama histórico realizado por Ava DuVernay e escrito por Paul Webb. Foi baseado nas marchas de Selma a Montgomery de 1965 liderada por Martin Luther King, James Bevel, Hosea Williams e John Lewis. O filme protagonizou David Oyelowo como Martin, Tom Wilkinson como o presidente Lyndon B. Johnson, Tim Roth como George Wallace, Carmen Ejogo como Coretta King, e o rapper e ator Common como Bevel.
É o primeiro filme em que o protagonista é de fato o pastor protestante e ativista social Martin Luther King, Jr (David Oyelowo), que acompanha as históricas marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana.
Ano: 2014. Gênero: Drama histórico. Direção: Ava DuVernay. Roteiro: Paul Webb.
País: Estados Unidos.
Anberber é um intelectual que se formou em medicina. Ele retorna ao seu país de origem durante o forte regime marxista de Haile Mariam Mengistu, que reprime a sociedade. Anberber se vê impotente diante da desintegração da humanidade e dos valores sociais de seu povo. Ele passou vários anos na Alemanha estudando Medicina e volta para a Etiópia com esperanças e sonhos, mas acaba deparando-se com seu país em guerra.
Seu sonho de usar o que aprendeu para melhorar a saúde dos etíopes é esmagado pela junta militar que usa os cientistas para seus próprios objetivos políticos. Mesmo buscando o conforto de sua casa no campo, Anberber não consegue fugir da violência. A solidão que as memórias de sua juventude trazem é rapidamente substituída pela competição entre os militares e as facções rebeldes. Ele precisa decidir se resiste à tensão ou se tenta refazer sua vida com os fragmentos que estão à sua volta.
Ano: 2008. Gênero: Drama. Direção: Haile Gerima. Roteiro: Haile Gerima.
País: Etiópia.
A Negação do Brasil é um documentário dirigido por Joel Zito Araújo o qual faz uma viagem pela história da telenovela brasileira e realiza uma análise crítica aos papéis atribuídos para atores e atrizes negras. O que o diretor demonstra em sua percepção é que normalmente tais papéis eram negativamente estereotipados.
Além disso, o filme conta com o depoimento de vários atores, tais como Milton Gonçalves, Maria Ceiça, Ruth de Souza, Zezé Mota, Léa Garcia, entre outros que discutem à respeito da carreira e dos preconceitos enfrentados por artistas negros. O diretor é notadamente reconhecido por suas pesquisas minuciosas e faz uma análise geral das influências da teledramaturgia brasileira no processo de identidade étnica dos atores afro-brasileiros.
Vale ressaltar que o filme recebeu diversos prêmios nacionais além de ser convidado para vários festivais e mostras internacionais.
Ano: 2001. Gênero: Documentário. Direção: Joel Zito Araújo. Roteiro: Joel Zito Araújo.
País: Brasil.
12 Anos de Escravidão, do inglês 12 Years a Slave, é uma adaptação para o cinema da autobiografia de Solomon Northup (publicada em 1853), músico e negro livre nascido no Estado de Nova Iorque. Solomon recebe uma proposta de trabalho de dois homens e, acaba sendo sequestrado em Whashington, D. C. pelos mesmos, que na verdade o haviam enganado. Depois de capturado Solomon Northup é enviado para Luísiana, Nova Orleans, onde é ilegalmente sujeito à escravidão.
12 Anos de Escravidão foi premiado em três categorias na 86ª edição do Oscar, em 2014, sendo elas a de melhor atriz coadjuvante, que ficou com a atriz Lupita Nyong’o, melhor roteiro adaptado e melhor filme.
Ano: 2013. Gênero: Drama épico. Direção: Steve McQueen. Roteiro: John Ridley
País: Estados Unidos.
El Jadi, um funcionário público senegalês corrupto que casa-se pela terceira vez utilizando fundos roubados. Quando ele finalmente realiza seu casamento acaba descobrindo, após a noite de núpcias, que foi amaldiçoado, ficando impotente sexualmente. A maldição é conhecida como “Xala”. O contexto histórico no qual a história acontece é logo após o Senegal conquistar a sua independência.
Pode parecer conflituoso, pois o protagonista nesse filme, El Jadi é na verdade é um anti-herói, um imoral. Porém, na verdade o roteiro apenas é construído de maneira a denunciar e a criticar as consequências da corrupção no Senegal de uma maneira que se pensada à fundo percebe-se genial! Então, nesse sentido, existe sim um herói nesse filme: Ousmane Sembene, o diretor.
Costumeiramente chamado apenas de Sembene, apesar do tom satírico e humorístico, na verdade faz uma grande crítica contra a corrupção que as elites semearam pela África e como isso afeta diretamente a vida de seu povo.
Ano: 1975. Gênero: Comédia. Direção: Ousmane Sembene. Roteiro: Ousmane Sembene.
País: Senegal.