Como era a barragem de Brumadinho
A barragem de Brumadinho, da administração da vale que se rompeu em Brumadinho (MG) deixando centenas de desaparecidos e dezenas de mortos já não recebia rejeitos da mineração há três anos, mas usava um método de contenção que especialistas dizem ser mais barato e que muitos atestam ser também o menos seguro.
Apesar disso, a fiscalização ainda é limitada e muito dependente do monitoramento das próprias mineradoras o que aumenta ainda mais os riscos da exploração de minério, neste artigo vamos falar um pouco de como era a barragem de Brumadinho e como ela está hoje em dia.
O rompimento da barragem de Brumadinho foi um crime ambiental ocorrido no município brasileiro de Brumadinho, a 65 km da capital mineira, Belo Horizonte, no início da tarde do dia 25 de janeiro de 2019. Rompeu-se uma barragem de rejeitos de mineração controlada pela Vale S.A., construída no ribeirão Ferro-Carvão, na localidade de Córrego do Feijão.
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Como foi construída a barragem?
O método conhecido como “alteamento a montante”, no qual a barreira de contenção recebe camadas do próprio material do rejeito da mineração, era usado pela mina Córrego do Feijão em Brumadinho e também pela mina do Fundão, também da Vale, em Mariana, onde uma barragem se rompeu há três anos.
“É a forma mais comum porque é mais barata para se construir e mais rápida de se licenciar porque ocupa menos espaço da bacia hidrográfica. Mas é também a mais perigosa e com maior risco. Por isso países com características similares ao do Brasil não usam ou estão proibindo”
O Chile e o Peru como países que baniram o método e a África do Sul como um dos que podem proibir em breve. A Austrália, porém, ainda o usa. “Mas a região é mais seca que no Brasil e os vales são mais abertos que os de Minas Gerais”.
Por que é preciso construir barragens de rejeitos?
O professor Eduardo Marques explica que o minério extraído solo precisa passar por um processo de separação de impurezas para aumentar o valor comercial e, para isso, normalmente usa-se água e substâncias químicas.
O que resta desse processo é chamado de rejeito e há três tipos mais comuns barragens para contenção desse material, para evitar que os resíduos sigam para os rios.
Todos começam com a construção de um dique e um tapete drenante, para eliminar a água armazenada no interior da barragem. O que muda é o método usado para aumentar a capacidade de armazenamento por meio de construção de alteamentos.
Barragem a montante
É o método mais comum e mais barato. Os rejeitos são depositados na própria barragem, formando uma “praia” de resíduos da mineração que, com o tempo, é adensada. Esse material é usado, com o tempo, para fazer novos alteamentos.
No caso de Brumadinho, os rejeitos são compostos basicamente de ferro, sílica e água. Esse tipo de estrutura é considerada mais barata porque usa menos material e também ocupa uma área menor, portanto, desmata menos, diz o professor Eduardo Marques. Mas é muito sensível a qualquer vibração, explica Rafaela Baldí.
Depósito de rejeitos a seco
Há também o método a seco, ainda pouco comum no Brasil. Ao contrário dos outros métodos, que depositam a água juntamente com os rejeitos, no método a seco o rejeito é acumulado e armazenado na bacia de disposição, normalmente em áreas inclinadas para facilitar o escoamento.
Eles são drenados e depositados em pilhas, que ficam expostas à secagem ao sol.
“Não temos experiência técnica ainda, pode ser que haja uma curva de aprendizado. Mas o Canadá tem tido problema com esse método nas áreas onde chove mais”.
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