Como incluir o aluno deficiente com o uso das tecnologias assistivas?

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Olá pessoal, tudo bem?  Hoje vamos falar sobre adaptação educacional e tecnologias assistivas, nosso segundo texto da série Educação Especial, sugerida e apoiada pela faculdade Prominas Online, que oferece cursos de alta qualidade de Pós Graduação e Especialização em Educação.

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É do cotidiano ler e ouvir em diferentes círculos sobre a importância da inclusão social de pessoas com deficiência, essa é uma realidade fechada, mas a questão que quero abordar neste texto, é justamente sobre o processo e como devemos atender esses alunos, quero tratar sobre as tecnologias assistivas, e para isso, antes de tudo, precisamos responder uma questão:

Adaptação educacional para inclusão do aluno deficiente: realidade ou mito?

Desde 1999, quando o Decreto de No 3.298 determinou em seu Artigo 29o que “As escolas e instituições de educação profissional oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, tais como: I –  adaptação dos recursos instrucionais (…); II – capacitação dos recursos humanos (…); e III – adequação dos recursos físicos (…)” esse assunto é, nos grandes círculos educacionais, foco de discussões, programas e iniciativas diversas.

Adaptação educacional para inclusão do aluno deficiente No entanto, por mais que os artigos publicados na mídia escrita, televisiva ou digital sejam muitos, a maioria é, infelizmente, bastante superficial. O que significa, na realidade, adaptar recursos institucionais, adequar recursos físicos e capacitar recursos humanos?

A maior parte dos cursos de pedagogia, adaptação pedagógica e licenciaturas tocam tão superficialmente quanto a mídia os detalhes técnicos envolvidos na real adaptação de uma escola, seus recursos físicos, material didático e pessoal às necessidades de alunos portadores de deficiência – de qualquer idade.

É comum, nos cursos para formação de professores, encontrar módulos que discutem o deficiente visual e suas necessidades, incluindo o fornecimento de material em Braille e dicas sobre como facilitar o deslocamento e inclusão da criança cega. No entanto, dados da Fundação Regina Cunha e do Instituto Benjamin Constant, baseados no censo do IBGE realizado em 2010, indicam que, enquanto a população nacional de cegos tem em torno de 143.426 pessoas, quase 7 milhões e 200 mil brasileiros sofrem de outros graus de deficiência visual, que não a cegueira total. Isso significa que a formação de professores está quase que inteiramente focada em materiais que não são adequados para a maior parte da população de deficientes visuais no Brasil.

E esse é apenas um dos exemplos de materiais incorretos ou insuficientes. Pense, por um momento, em quantos tipos de deficiências existem. Agora pense nos graus dessas deficiências. Considere, então, que esses problemas podem se manifestar sozinhos ou em conjunto com outros, em maior ou menor grau. Será que nossos professores estão preparados para lidar com essa realidade? Será que adianta criarmos um material específico para cada tipo de deficiência e aplica-lo em todos os casos? Ou seria melhor adaptar-se a cada aluno, criança ou adulto, considerando-se cada caso com suas necessidades únicas antes de agir?

O que é Tecnologia Assistiva?

Tecnologia Assistiva, ou TA, é toda tecnologia, digital ou não, que auxilia na adaptação do ambiente e da educação à pessoa com deficiência ou necessidade especial. Ela pode variar de uma bengala que ajuda na locomoção de uma pessoa com mobilidade reduzida ou deficiência visual, até um programa especial de computador que permite que uma pessoa que não consegue falar possa se comunicar de maneira audível – como no caso do mundialmente famoso cientista Stephen Hawking, que teve sua vida descrita no filme “A Teoria de Tudo”, de 2014.

De acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social”. O termo Tecnologia Assistiva é uma tradução de Assistive Technology, termo cunhado em 1988 nos Estados Unidos, quando as primeiras leis e regulamentações dos direitos dos deficientes foram publicadas no país.

Quais são as tecnologias assistivas?

No site www.assistiva.com.br, as especialistas Mara Lúcia Sartoretto e Rita Bersch detalham todos os tipos de Tecnologias Assistivas, além de oferecer links para sites nacionais e internacionais que não só detalham essas tecnologias, mas ensinam pais, professores e amigos a respeito de como utilizá-las da melhor forma possível em todos os âmbitos da vida de um deficiente – incluindo a sala de aula.

Conforme detalhado pelas especialistas, há dois tipos essenciais de tecnologias assistivas:

  • Recursos – que incluem órteses, próteses, ferramentas como bengalas, cadeiras de rodas e recursos digitais como computadores ou programas especiais.
  • Serviços – que incluem diferentes tipos de terapias, tratamentos médicos, acesso à educação e serviços de locomoção, por exemplo.

Esses dois tipos seriam, por sua vez, subdivididos em 11 categorias, conforme definido por  José Tonolli e Rita Bersch, em 1998, para fins didáticos. São elas:

  1. Auxílios para a vida diária – Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa etc.
  2. CAA ou CSA: Comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa – Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS ou Bliss, além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim.
  3. Recursos de acessibilidade ao computador – Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de voz, etc.), que permitem as pessoas com deficiência a usarem o computador.
  4. Sistemas de controle de ambiente – Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto-locomotoras, controlar remotamente aparelhos eletroeletrônicos, sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores.
  5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade – Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência.
  6. Órteses e próteses – Troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros recurso ortopédicos (talas, apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos.
  7. Adequação Postural – Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros.
  8. Auxílios de mobilidade – Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters de 3 rodas e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal.
  9. Auxílios para cegos ou com visão subnormal – Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos, publicações etc.
  10. Auxílios para surdos ou com déficit auditivo – Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado — teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros.
  11. Adaptações em veículos – Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal.

É possível  ver mais claramente, agora, como nossos professores e escolas não se encontram nada preparados para enfrentar as reais necessidades de seus alunos deficientes. Mas então, o que fazer?

Buscando melhorias para incluir

Um profissional da área de educação que queria realmente fazer a diferença, ou parentes e amigos de pessoas com deficiência que não se sentem plenamente equipados para realmente incluir e melhorar a vida de seus alunos, colegas e familiares, podem buscar formações específicas na área de educação especial, como um bom ponto de partida para uma vida e convivência melhores.

Exemplo disso é o curso de EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA COM ÊNFASE EM TECNOLOGIA ASSISTIVA E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA: uma pós-graduação de 495 horas para professores e profissionais da área de educação que aborda diversos aspectos da educação inclusiva visando ao aluno com necessidades especiais:

  • Tecnologia Assistiva
  • Fundamentos da educação especial
  • Comunicação alternativa
  • Transtornos globais do desenvolvimento TGD
  • Educação especial e os diferentes tipos de necessidades especiais

Apesar de direcionado aos profissionais de educação, o curso também pode preparar amigos e familiares: sabendo quais os melhores recursos e abordagens, essas pessoas podem participar mais ativamente da educação do portador de necessidades especiais, garantindo que ele tenha acesso aos melhores recursos para seu pleno desenvolvimento.

Referências:

https://assistiva.com.br/tassistiva.html
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