Oi pessoal, o post de hoje traz 10 “Poemas Sobre a Água” selecionados especialmente para todos vocês. Espero que gostem!
TUMULTO é um poema de Cecília Meireles que fala da água de uma forma diferente, falando que é água é algo que traz tristeza.
Tempestade… O desgrenhamento
das ramagens… O choro vão
da água triste, do longo vento,
vem morrer-me no coração.
A água triste cai como um sonho,
sonho velho que se esqueceu…
( Quando virás, ó meu tristonho
Poeta, ó doce troveiro meu!…)
E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,`
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará…
Foi uma jornalista, pintora, poetisa e professora brasileira, nasceu no bairro Rio Comprido, na cidade do Rio de Janeiro. Seus pais eram Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e Mathilde Benevides Meireles, professora da rede pública de ensino fundamental.
É um pequeno poema de Mário Quintana fazendo relação de um poema com a água, no final usando apenas palavras estranhas.
Um poema como um gole d’água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na
[floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição
[de poema.
Triste.
Solitário.
Único.
Ferido de mortal beleza.
Foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna.
É um poema de Manoel Antonio Pina que fala da água como é desperdiçada, como as pessoas não ligam, só vão aprender quando a água tiver escassa.
Os homens temem as longas viagens,
os ladrões da estrada, as hospedarias,
e temem morrer em frios leitos
e ter sepultura em terra estranha.
Por isso os seus passos os levam
de regresso a casa, às veredas da infância,
ao velho portão em ruínas, à poeira
das primeiras, das únicas lágrimas.
Quantas vezes em
desolados quartos de hotel
esperei em vão que me batesses à porta,
voz de infância, que o teu silêncio me chamasse!
E perdi-vos para sempre entre prédios altos,
sonhos de beleza, e em ruas intermináveis,
e no meio das multidões dos aeroportos.
Agora só quero dormir um sono sem olhos
e sem escuridão, sob um telhado por fim.
À minha volta estilhaça-se
o meu rosto em infinitos espelhos
e desmoronam-se os meus retratos nas molduras.
Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
Anoitece em todas as cidades do mundo,
acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
onde o meu coração, falando, vagueia.
Foi um jornalista e escritor português, premiado em 2011 com o Prémio Camões, nasceu em 18 de Novembro de 1943, no Sabugal, distrito da Guarda, na Beira Alta, filho de Manuel Pina e Ester Mota. Desde os 17 anos passou a viver na cidade do Porto.
É um poema onde trata de água em relação a tudo, mostrando como ele é importante para os seres vivos.
Rasas na altura da água
começam a chegar as ilhas.
Muitas a maré cobre
e horas mais tarde ressuscita
(sempre depois que afloram
outra vez à luz do dia
voltam com chão mais duro
do que o que dantes havia).
Rasas na altura da água
vê-se brotar outras ilhas:
ilhas ainda sem nome,
ilhas ainda não de todo paridas.
Ilha Joana Bezerra,
do Leite, do Retiro, do Maruim:
o touro da maré
a estas já não precisa cobrir.
Foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil. É considerado o maior poeta de língua portuguesa por escritores como Mia Couto.
Canção de Pedroca é um poema Chico Buarque que mostra a água como um ser que faz relções, como diz quando nos apaixonamos poça d’água é chafariz.
Quando nos apaixonamos
Poça d’água é chafariz
Ao olhar o céu de Ramos
Vê-se as luzes de Paris
No verão é uma delícia
A brisa fresca de Bangu
Mesmo um cabo de polícia
Só nos diz merci beaucoup
Eu ouço um samba de breque
Com Maurice Chevalier
Bebo com Toulouse Lautrec
No bar do Caxinguelê
Daí ninguém mais estranha
O Louvre na Praça Mauá
E o borbulhar de champanha
Num gole de guaraná
Cascadura é Rive Gauche
O Mangue é Champs Elisées
Até mesmo um bate-coxa
Faz lembrar um pas-de-deux
Purê de batata roxa
Parece marron glacé
Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico Buarque, é um músico, dramaturgo, escritor e ator brasileiro. É conhecido por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira.
É um poema que, como o próprio título sugere, aborda a falta d’água e as questões geopolíticas levantadas por conta disso.
De novo bem realista
a ONU vem alertar
que na África e na China
a água pode faltar
e conforme este argumento
não tendo planejamento
muita gente vai dançar
Sonho um Brasil d’água limpa
e vida cheia de moral
vencendo a poluição
e qualquer um temporal
se no mundo água faltar
vamos daqui sustentar
a demanda mundial
E vamos exportar água
em garrafões ou barril
com a marca registrada
” the água made in Brazil”
pra ditadores malvados
nem tendo Euros trocados
não vendemos nem um til
Recuperar nossas águas
é nosso grande dever
e convido a juventude
para lutar e vencer
e se alguém quiser mais água
seja China ou Nicarágua
termos pra dar e vender
E não se deve estranhar
se a escassez do produto,
levar potência estrangeira
a construir aguaduto
até por baixo do mar
a fim de daqui levar
água mais pra seu reduto
Temos de ser otimistas
em qualquer situação
só queremos que alguém
nos indique a direção
faça um cordel bem bonito
ilustrado e bem escrito
e mostre a população
Pois nosso caso é dramático
Não dá pra se brincar
A FALTA D’ ÁGUA NO MUNDO
é coisa de arrepiar
se não houver uma ação
até em nossa nação
a água pode faltar
É um escritor, compositor e cineasta brasileiro nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais. Seu trabalho em literatura possui forte influência do realismo mágico, através de autores como Murilo Rubião, Julio Cortázar, Lygia Fagundes Telles e José J. Veiga, e da ficção científica, em especial de Ray Bradbury e de Clifford D. Simak.
É um poema onde você percebe que a água é o narrador do texto, falando atráves dos melhores adjetivos.
Sou Cristalina e fresca,
Salgada e doce.
Todos dependem de mim;
Sou vida.
Existo nas nuvens em forma de gotas,
E quando caio me chamam de chuva,
Existo nos rios, nos lagos, no mares,
Nas geladeiras e até nos lençóis subterrâneos.
Corro nos leitos e pulo de altas quedar;
Banho-te todos os dias e mato sua sede;
Alegro as plantas quando as rego,
E balanço os barcos nos mares.
Você acha que sou farta, por isso me desperdiça.
Você me polui, me maltrata.
Estou morrendo e você nem percebe.
Kátia Silva Pereira é uma poeta brasileira pouco conhecida que tem em seus poemas sempre temas infantil.
Água doce, doce água é um poema de Evelyn Heine que fala de uma forma que tenta conscientizar as pessoas sobre a água.
De mar é feita a terra,
De água é feita a gente.
Abaixo o desperdício!
Poupar água: coisa urgente!
Clara, doce ou gelada,
Verde, azul ou transparente,
Sem a água não há nada.
Nem floresta, nem semente.
Água doce mata a sede,
Água doce é a que lava.
Cachoeira, rio ou fonte…
Só não pode ser salgada.
Tanto bate até que fura,
Diz ditado popular…
Cuida dela! Você jura?
Vamos economizar!
A poesia de Evelyn Heine, escritora paulistana, traz uma mensagem de conscientização voltada ao público infantil. Foi musicalizada por Liliana Akstein, e está acompanhada por um vídeo.
è um poema onde o autor fala desde que a água nasce, dizendo a sua importância no decorrer do percurso.
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos
Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d’água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
É um cantor e compositor brasileiro. É um dos poucos pianistas brasileiros a integrar o hall da fama da secular fabricante teuto-americana de pianos Steinway & Sons, estando em companhia de nomes como Guiomar Novaes, Franz Liszt, George Gershwin e Duke Ellington.
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Bom pessoal, muito obrigado por acompanhar o post até aqui e até mais!
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