O ser humano é o único mamífero em que o desamamentar não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores socioculturais.
Ao contrário do que ocorria séculos atrás, hoje a mulher tem opção por amamentar ou não, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar.
Existem algumas preferências culturais que entram em conflito com a expectativa da espécie, a exemplo disso listamos:
Não amamentação
Introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança
Amamentação de curta duração
Algumas consequências dessa divergência já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantil, sobretudo em áreas menos desenvolvidas onde as condições de qualidade de vida podem ser precárias.
Contudo, consequências a longo prazo não são totalmente conhecidas até o momento, já que transformações genéticas não ocorrem com a mesma rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos.
Mesmo assim é possível perceber evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos indivíduos.
Inclusive a não amamentação ou amamentação sub-ótima pode favorecer o aparecimento de problemas como:
Uma amamentação inadequada pode também interferir negativamente no desenvolvimento orofacial.
Com o aparecimento de novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os hábitos “modernos” de alimentação infantil, mas alguns aspectos dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados com a psique humana.
Em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada frequentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê.
Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses.
Apesar dessa recomendação, poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico.
Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos.
Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independência.
A mãe também participa ativamente no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para aceitá-los e impondo limites adequados à idade. O Quadro 1 apresenta os sinais indicativos de que criança pode estar pronta para iniciar o desmame:
Quadro 1 – Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame:
Algumas vantagens do desmame natural encontram-se no Quadro 2:
Quadro 2. Vantagens do desmame natural
O quadro 3 apresenta os fatores que facilitam o encorajamento do bebê para o desmame:
Quadro 3. Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores
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