O Pássaro de Fogo é uma criatura mágica do folclore russo que, conforme contam as lendas, vem de uma terra distante.
Você provavelmente conhece a Fênix, que está presente na cultura de alguns países, como por exemplo na mitologia grega. O Pássaro de Fogo tem uma aparência um tanto similar a dela, com exceção das lendas que o descrevem como sendo metade mulher.
Suas penas possuem um brilho intenso e permanecem brilhando dessa forma mesmo se forem arrancadas de seu corpo. Muitos acreditam que as penas na verdade são de ouro, e por isso emitem esse brilho tão forte e vivo.
O pássaro de fogo é capaz de comunicar-se com seres humanos e usa isso para dar orientação e conselhos a quem julga merecedor, mas pode também criar ilusões para enganar àqueles a quem não julga digno.
As lendas sobre o Pássaro de Fogo geralmente o colocam no papel de alvo a ser capturado em uma missão muito difícil.
Outro ponto em comum entre as lendas é que quase sempre a missão é iniciada quando alguém encontra uma de suas penas e ao final culpa a pena por seus problemas.
Existe uma lenda muito antiga que conta sobre um reino onde vivia um jovem arqueiro, dono de um cavalo muito belo. Certo dia o jovem foi à floresta caçar montado em seu cavalo.
No meio do caminho ele notou algo caído que lhe chamou a atenção. O tal objeto brilhava intensamente e parecia atrair o jovem em sua direção.
Ele saltou do cavalo e andou até o ponto brilhante no chão e descobriu o que era: Uma pena de ouro do Pássaro de Fogo, que brilhava como uma chama ardente!
-Não pegue a pena de ouro, ou ela lhe trará problemas! – Aconselhou o cavalo.
O jovem começou a raciocinar consigo mesmo: “Se eu levasse esta pena e a desse de presente ao rei, ele me recompensaria generosamente…”
E assim ele não deu ouvidos ao cavalo. Apanhou a pena do Pássaro de Fogo e levou-a como presente ao rei.
Ao receber o presente o rei disse ao rapaz:
-Obrigado. Mas, já que se mostrou capaz de me trazer uma pena do Pássaro de Fogo, quero que me traga também o Pássaro! – e para o terror do rapaz, o rei acrescentou: – Se não me trouxer o Pássaro de fogo, tua cabeça cairá pela espada!
O arqueiro, desesperado, foi para junto de seu cavalo e começou a chorar.
-Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo ao notar a grande angústia do jovem.
-O rei me mandou trazer-lhe o Pássaro de Fogo. Se não o trouxer, perderei a cabeça!
O cavalo então lhe respondeu:
-Eu tentei te avisar para não pegar a pena do Pássaro de Fogo, ou lhe traria problemas. Mas não tenha medo. Se conseguir apanhar o Pássaro, serás poupado. Vá até o rei e peça-lhe que mande espalhar pelos campos cem sacos de grão.
O jovem fez conforme o cavalo lhe aconselhara e o rei, por sua vez, atendeu ao seu pedido e os grãos foram espalhados pelos campos.
Assim, bem cedo no dia seguinte o jovem conseguiu – com a ajuda de seu fiel cavalo – capturar o Pássaro de Fogo, que viera desavisadamente comer dos grãos.
Ao entregar o Pássaro ao rei, este ficou muito feliz e concedeu ao jovem grandes recompensas, além de lhe arrumar um lugar mais alto no reino. Porém, pouco tempo depois o rei lhe deu uma nova ordem:
-Já que se mostrou capaz de me trazer o Pássaro de Fogo, quero que me traga também minha noiva, a princesa Vassilissa! A encontrará no último dos reinos, próximo a onde o sol nasce em fogo. Se a trouxeres a mim, será muito recompensado.- e para o terror do rapaz, o rei acrescentou: – Se não me trouxer minha noiva, tua cabeça cairá pela espada!
Novamente o jovem arqueiro foi até seu cavalo, chorando amargamente de angústia.
-Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo.
-O rei ordenou-me que eu encontre a princesa Vassilissa e a traga ao palácio. Se não a trouxer, perderei a cabeça!
O cavalo respondeu então:
-Não tenha medo. Se conseguir encontrar e trazer a princesa, serás poupado. Vá até o rei e peça-lhe uma tenda com uma cúpula de ouro, comida e bebida para a viagem.
O jovem seguiu o conselho de seu fiel cavalo e o rei, por sua vez, lhe concedeu comida, bebida e a tenda com cúpula de ouro.
Com tudo preparado, o jovem montou em seu cavalo e iniciou a viagem em direção ao último dos reinos, aquele que fica próximo onde o sol nasce em chamas.
Após muito tempo de jornada o jovem chegou ao destino e se deparou com o sol em chamas e um mar azul, onde encontrou a princesa Vassillissa, que navegava em um pequeno barco de prata, remando com remos de ouro.
O jovem então deixou o cavalo a pastar entre grama verde fresca e montou sua tenda com a cúpula de ouro, onde arrumou a comida e a bebida. Após tudo preparado, se pôs a comer e a beber.
Quando a princesa avistou a cúpula de ouro, dirigiu-se em direção à margem e saltou do barco de prata. Ao avistá-la se aproximando, o jovem arqueiro convidou-a para entrar e provar do alimento que havia preparado. Ela aceitou o convite e logo começaram a beber, comer e divertir-se.
Porém a jovem princesa, após beber um copo de vinho, embriagou-se e caiu num sono profundo.
Aproveitando esse momento oportuno, o jovem chamou o cavalo, desarmou a tenda e partiu levando consigo a princesa.
Ao retornar ao seu reino, apressou-se em procurar pelo rei, que ficou extremamente feliz por ver sua noiva e agradeceu ao valente arqueiro pelo bom serviço prestado.
Como recompensa, o jovem recebeu muitas riquezas e um lugar de ainda mais destaque no reino.
Porém algum tempo depois, quando a princesa Vassilissa acordou e notou que estava muito longe do mar azul e do sol em chamas, ficou muito triste e começou a chorar.
O rei tentava de tudo para consolá-la, mas não obteve resultados. A jovem princesa estava com muita saudade do mar azul.
Então o rei a pediu em casamento e a princesa respondeu:
-Manda que o jovem arqueiro retorne ao mar azul. No meio do mar há uma grande pedra e debaixo dela escondi meu vestido de noiva. Apenas me casarei quando tiver aquele vestido.
O rei chamou o jovem arqueiro e lhe ordenou:
-Apresse-se! Volte aos confins do mundo, lá onde o sol nasce em chamas. Lá no meio do mar azul há uma grande pedra e debaixo dela está escondido o vestido de noiva da princesa Vassilissa. Quero que traga-o até aqui. Se conseguires, lhe recompensarei ainda mais do que antes. – e para o terror do rapaz, o rei acrescentou: – Se não me trouxer o vestido de noiva da princesa, tua cabeça cairá pela espada!
Uma vez mais o jovem arqueiro foi até seu cavalo, chorando amargamente de angústia.
-Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo.
-O rei ordenou-me que eu encontre e traga-lhe o vestido de noiva da princesa vassilissa, para que haja o casamento. Se não o trouxer, perderei a cabeça!
O cavalo respondeu então:
-Eu bem lhe disse que não apanhasse a pena de ouro, pois só lhe traria problemas. Mas não tenha medo. Se conseguir encontrar e o vestido, serás poupado. Suba na sela e iremos ao mar azul para trazer o vestido.
Após mais uma longa jornada, chegaram enfim aos confins do mundo, onde o sol nasce em chamas.
Chegando lá, o cavalo ordenou aos caranguejos que lhe trouxessem o vestido de noiva que estava escondido no meio do mar.
Uma hora depois o cavalo e o jovem arqueiro faziam a jornada de volta levando o vestido de noiva da princesa Vassilissa.
O jovem correu para entregar ao rei o vestido de noiva da princesa, mas ao saber disso ela disse ao rei:
-Só me casarei contigo se ordenares que o jovem arqueiro seja mergulhado em um banho de água fervente.
O rei, sem pensar duas vezes ordenou que aprontassem uma banheira de ferro com água fervente, e quando estivesse tudo pronto, lançassem na banheira o arqueiro.
Após tudo preparado, os guardas trouxeram o jovem arqueiro à presença do rei.
“Estou condenado a morrer de forma horrível, tudo porquê não dei ouvidos ao cavalo!” – pensava o jovem consigo mesmo.
Antes que fosse lançado na banheira para seu banho mortal, porém, foi-lhe concedido um último pedido. O jovem solicitou então que pudesse se despedir de seu fiel cavalo antes de morrer.
Pela última vez o jovem arqueiro foi até seu cavalo, chorando amargamente de angústia.
-Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo.
-O rei ordenou-me que eu seja banhado em água fervente e eu certamente morrerei!
-Não tenha medo. Você não morrerá. – disse o cavalo, e lançou um feitiço sobre o arqueiro, sem que ninguém ficasse sabendo.
O arqueiro então voltou à presença do rei que apressadamente ordenou que os guardas o lançassem dentro da banheira.
O jovem foi ao fundo da água escaldante mas logo retornou para fora da água.
O espanto foi geral: o arqueiro não morrera e sequer apresentava qualquer ferimento de queimadura. Pelo contrário – ele ficara tão belo que ninguém nunca havia visto rapaz tão belo assim!
Ao ver o que aconteceu, o rei desejou também mergulhar-se na água fervente da banheira. Porém assim que caiu na água, morreu por causa do calor intenso no mesmo instante.
O rei foi sepultado e escolheram o jovem arqueiro para ser seu sucessor.
Ele então se casou com a princesa Vassilissa e diz a lenda que viveram felizes até o fim de suas vidas.
Em algumas das lendas sobre o Pássaro de Fogo, ele é descrito como sendo metade pássaro e metade mulher.
Nos Jogos Olímpicos de 2014, que aconteceu em Sochi, na Rússia, a Tocha Olímpica foi inspirada por um conceito do Pássaro de Fogo, com a ideia de expressar a beleza e a riqueza cultural da Rússia.
O Pássaro de Fogo já foi tema de várias peças musicais e ballets.
O Pássaro-fogo é uma versão russa da lenda da fênix.
Na mitologia ele era um u003ca href=u0022http://panospontosesonhos.blogspot.com/2011/12/o-passaro-de-fogo-conto-russo.htmlu0022 class=u0022rank-math-linku0022u003egrandeu003c/au003e conselheiro descrito às vezes como metade pássaro metade mulher.
Veja mais aqui.
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