A indústria de videogames produz muita coisa todo ano. A maior parte é lançada – obviamente -, mas alguns títulos nunca chegam às prateleiras e eu não estou só falando dos fracassos do Kickstarter. Jogos ansiosamente aguardados também encontram o Limbo. Como estes exemplos que estavam prestes a serem lançados, até que foram cancelados no último minuto.
Mega Man Universe
Mega Man Universe deveria ser como o Super Mario Maker de 2015, no qual os jogadores poderiam criar novas fases a partir de uma biblioteca de elementos e personagens pré-existentes dos amados jogos Mega Man e compartilhá-las online – tudo isso em 2011. Os desenvolvedores estavam com o Mega Man Universe pronto e até enviaram cópias pros críticos, mas muitos disseram que o jogo era feio e que os controles eram falhos e difíceis de entender. A Capcom atrasou o lançamento, mas o projeto se tornou muito complexo. O criador do Mega Man, Keiji Inafune, deixou a Capcom, e o atraso se tornou uma verdadeira dúvida se esse jogo um dia verá a luz do dia.
Thrill Kill
A Paradox Development planejava lançar este jogo de luta em 1998, época em que Mortal Kombat e Street Fighter dominavam os consoles – só que Thrill Kill deveria ser ainda mais descaradamente violento e sangrento. Situado no Inferno, o jogo apresenta oito pecadores condenados, todos lutando por uma chance de renascer e retornar à Terra. As apostas eram altas. Uma personagem podia enfiar um marcador de gado na garganta de um oponente, outro bebia sangue da cabeça decepada do inimigo derrotado e outro lutava com uma perna. Thrill Kill teria sido literalmente difícil de vender numa época em que poucos desafiavam a censura adulta – o que essencialmente proíbe as vendas em grandes lojas. Logo antes de Thrill Kill chegar às lojas, a EA comprou a Virgin Interactive – a distribuidora da Paradox – e os novos patrões queriam evitar a controvérsia. Eles cancelaram o lançamento antes mesmo da tinta sobre o contrato secar.
Star Wars: Battlefront 3
Em 2006, a Free Radical Design anunciou que iria desenvolver uma nova sequência do extremamente popular Star Wars: Battlefront e a LucasArts logo confirmou a novidade. Mas depois de dois anos de desenvolvimento, a Free Radical inesperadamente anunciou que tinha perdido os direitos de Battlefront 3, mesmo que o jogo estivesse quase terminado. Tudo o que havia sido apresentado à imprensa e aos ansiosos jogadores estava ótimo. Então o que aconteceu? Basicamente George Lucas vendeu Star Wars pra Disney, que fechou a divisão de jogos da LucasArts e absorveu os funcionários pros seus próprios setores de jogos.
The California Raisins: The Grape Escape
California Raisins foi uma das maiores e mais inexplicáveis modas dos anos 80. Baseado numa série de comerciais, as frutas antropomórficas apareceram num desenho animado das manhãs de sábado, especiais de TV, camisetas e brinquedos. Em 1991, a Nintendo planejou lançar um jogo pro Nintendinho chamado The Grape Escape – porque elas são passas, entendeu? Mas a companhia desistiu apenas algumas semanas antes do lançamento. Isso nunca foi esclarecido, mas pode ser porque a moda já estava praticamente morta. Ou talvez a Nintendo só não queria lançar um jogo pro NES depois do lançamento do Super Nintendo.
Six Days in Fallujah
Jogos de guerra são lucrativos, mas a maioria gira em torno de conflitos fictícios – como as façanhas das tropas espaciais de Halo – ou de guerras passadas – como Call of Duty, ambientado na Segunda Guerra Mundial. Então a Atomic Games ousou programar Six Days in Fallujah pra 2009, ambientado na operação militar dos EUA no Iraque. Especificamente, Six Days in Fallujah usava o realismo inflexível pra descrever os eventos da primavera de 2004, quando insurgentes iraquianos atacaram um comboio de tropas americanas em Fallujah, e quatro empregados da Blackwater Security foram mortos e pendurados numa ponte.
Tropas americanas e suas famílias da vida real protestaram contra o jogo e um dos pais disse ao Daily Mail: “Estes eventos horríveis devem se limitar aos anais da história, e não ser banalizados em jogos.” A Konami cancelou o jogo apenas um mês após o anúncio.
Time Diver: Eon Man
As revistas trabalham com longos prazos, muitas vezes planejando artigos meses antes das datas de publicação. Mas ainda é estranho que, em Fevereiro de 1993, a Nintendo Power publicou um guia de estratégia pro jogo de Nintendinho Time Diver: Eon Man – a sequência de Wrath of the Black Manta de 1990. Mas Time Diver não foi lançado naquele mês, ou em qualquer mês depois dele. Ler aquele artigo foi o mais próximo que os jogadores chegaram de viajar no tempo enfrentando alienígenas malignos.