Os games de sucesso da atualidade, como Fallout 4, Witcher 3: Wild Hunt e Grand Theft Auto V, são orientados principalmente pela história. A jogabilidade é fundamental, mas os jogadores ainda exigem um enredo tão envolvente quanto a mecânica. Ainda assim, essa forte ênfase na história é um desenvolvimento recente no mundo dos jogos. Gamers “oldschool” raramente tinham algo a mais do que uma história superficial, nada além de um bônus dentro do jogo, e muitos jogos contemporâneos ainda seguem esta mentalidade. Aqui estão alguns exemplos de jogos divertidos que você joga pelo desafio e experiência, não pela história.
Castlevania
Como os jogos do Mario, o enredo de cada Castlevania é muito semelhante. Drácula foi ressuscitado – mais uma vez – e você – seja na pele do seu filho híbrido, Alucard, ou um dos muitos membros do clã Belmont – deve destruí-lo com itens que vai encontrar escondidos em velas. Mais uma vez, os jogadores jogam Castlevania pelo desafio e pelas trilhas sonoras incríveis, não pra realmente ver como a história se desenrola. Até mesmo o venerável Castlevania: Symphony of the Night tem uma trama extremamente básica. Felizmente, não há nada de tedioso sobre enfiar sua espada na cabeça do Ceifador Sinistro.
Metroid
A trilogia Metroid Prime e Metroid: Other M colocaram mais ênfase na história do que os títulos anteriores. Mesmo assim, a história não é a razão pela qual os jogadores caçam alienígenas com a Samus Aran desde a década de 80 – e a maioria dos fãs concorda que Metroid funciona melhor quando enfatiza a exploração de planetas exóticos. No fim das contas, tudo o que a gente quer é explodir os Space Pirates.
Resident Evil
A história geral de Resident Evil é uma bagunça que levaria vários fluxogramas pra explicar com precisão. Cada título envolve a Umbrella Corporation – ou algum dos seus resquícios separatistas – tentando controlar o mundo através de uma praga zumbi. Os jogos apresentam diálogos bregas, heróis dignos de filmes de ação dos anos 80 e reviravoltas previsíveis. Analisando o comportamento de Chris Redfield, Leon Kennedy ou Jill Valentine, eles são tão clichês quanto todo o contexto de infestação zumbi. A verdadeira razão pela qual as pessoas jogam esses jogos é o suspense, ação e a matança zumbi. Claro, a história pode ser extravagante – basta olhar pra Resident Evil 4 -, mas isso não é a atração principal dos jogos.
Tetris
Por que está chovendo blocos? É parte de um plano sinistro dos cultistas extra-dimensionais insanos de Cthulhu obcecados por geometria? Qual é o seu objetivo final? Quem sabe? Tudo que você precisa fazer é organizar os blocos em linhas de modo que desapareçam antes de chegar ao topo da tela. Não se preocupe. E pare de fazer tantas perguntas!
Mortal Kombat
A série Mortal Kombat contém mais história do que a maioria dos jogos de luta, mas é seguro dizer que poucos investiram dinheiro em máquinas de fliperama pra saber a motivação do Baraka. A história é apenas uma desculpa conveniente pra reunir um bando de criaturas sobrenaturais e vê-los estripar uns aos outros. A única reviravolta da história que qualquer jogador se interessou foi ver os lutadores fazerem voto de não-violência. Friendship!
X-COM
A história dos jogos X-COM – com a possível exceção de The Bureau: XCOM Declassified – é apropriadamente simples: alienígenas estão atacando a Terra, então vamos matá-los! Você pode evoluir o atirador durão do seu esquadrão. Você pode até sentir tristeza quando o rifle de plasma de um extraterrestre liquefaz sua cabeça. No entanto, você não tem nenhum apego real pelos membros do esquadrão, esses personagens nem têm crachá – você joga X-COM pra dizimar alienígenas hostis em um campo de batalha. Todo o resto é fachada.
Doom
Doom se resume a uma coisa: matar demônios de formas criativas e grotescas. Por que estamos matando demônios? Algo sobre uma invasão do Inferno? Seja como for, onde está o rifle de plasma? Alguns jogos de tiro em primeira pessoa, como System Shock, Thief e Deus Ex, dão foco total na história. Doom está na outra extremidade do espectro. É um jogo feito pra você desligar o cérebro e largar o dedo nos demônios após mais um dia frustrante no escritório.
Jogos de Nave
O termo “shoot’em up” se refere a jogos como Galaga, R-Type, Ikaruga e Radiant Silvergun, particularmente populares nos fliperamas na década de 80. Você pilota uma nave e se depara com uma horda quase infinita de inimigos que tentam rasgar o seu veículo em pedaços. O desafio destes jogos é o que fazia você gastar mais fichas. O objetivo é afinar os seus reflexos e finalmente triunfar até o final do jogo. Alguns destes títulos, especialmente Ikraruga e Radiant Silvergun, têm histórias, mas a gente só foi descobrir isso graças à Internet décadas depois.
Super Maro Bros.
Com a exceção do Super Mario RPG e da série Paper Mario, nenhum dos jogos dos Mario Bros. é conhecido pela história cativante. A franquia Mario se define, do início ao fim, pelas divertidas fases de plataformas. Cada jogo – desde o primeiro Super Mario Bros. no Nintendinho aos títulos recentes do Wii U – contém a mesma história superficial. Bowser rapta a Princesa Peach e Mario parte em missão pra resgatá-la. Nunca um lacaio da princesa cometeu traição ou um Yoshi questionou o hábito de Mario sacrificar a montaria pra alcançar um salto mais alto. O jeito é se contentar por mais e mais castelos pelo Reino Cogumelo.
Ninja Gaiden
Os jogos Ninja Gaiden pro Nintendinho estavam entre os primeiros a apresentar cut-scenes. Esta tradição continuou com o reboot de 2004 e suas sequências. Mas será que alguém realmente se preocupa com a história que estas cenas detalham? Na verdade não. A graça de Ninja Gaiden é decapitar um ninja do mal após o outro, matar alguns demônios de outro mundo e talvez ver umas assassinas com pouca roupa ao longo do caminho. Nossas exigências são simples, Ryu Hayabusa, portanto, menos conversa e mais ação!
Fonte: https://grunge.com/18158/awesome-video-games-nobody-plays-plot/