Todo gamer já teve um desentendimento com um temido “jogo de filme”. Eles geralmente são bugados e têm pouca semelhança com os filmes que se basearam – pra decepção dos seus jogadores ansiosos. Jogos baseados em filme são 8 ou 80… Frequentemente 8. E aqui estão alguns dos mais estranhos jogos de filmes populares.
Friday the 13th (1989, Nintendinho)
Faz sentido começar com um jogo clássico que quase define o fracasso do gênero de jogos de filmes. O jogo do Sexta-Feira 13 – sabiamente visto como um dos piores já criados – é um estranho spin-off da franquia que redefiniu a máscara de hóquei.
Em 1989, Jason já havia aparecido em oito filmes, mas como o jogo utiliza uma temática geral de “terror no acampamento de verão”, ele poderia facilmente ser baseado em qualquer um. No jogo, você joga como um dos seis inspetores do acampamento lutando contra hordas de lobisomens e zumbis, algo tão distante da franquia que já fica vergonhoso.
A coisa toda desmorona quando você tem que lutar contra a cabeça de Medusa da mãe de Jason flutuando numa caverna e roubar seu moletom. É frustrantemente difícil, o vilão é intercambiável como qualquer assassino em série genérico e o jogo provocou pesadelos em crianças do mundo todo… Mas apenas por ser um dos piores jogos do Nintendinho.
E.T. the Extra-Terrestrial (1982, Atari)
Talvez eu tenha mentido sobre Friday the 13th ser a definição dos jogos de filmes terríveis, porque E.T. foi tão ruim quanto ou até pior, ao ponto da Atari literalmente enterrar milhares de cartuchos no deserto apenas pra se livrar deles.
O jogo foi um fracasso colossal e especialistas da indústria muitas vezes apontam este evento como o começo da crise na indústria de games de 1983. Em vez de fazer o papel de Elliott tentando resgatar ou proteger ET, você joga com o próprio alienígena, rastejando lentamente em torno de uma floresta cheia de covas, agentes do FBI e cientistas.
Enquanto os cientistas vão sequestrar você, todos os caras do FBI querem sua carcaça. Eventualmente, você tropeça na sua nave e sai deste planeta esquecido por Deus. Todos nós assistimos E.T. e não vimos nenhum buraco na floresta durante o filme. Isso só estragaria o filme, como estragou o jogo.
Super Star Wars (1992, Super Nintendo)
Apesar de ser um jogo oficial da LucasArts, Super Star Wars acabou sendo uma estranha mistura de toda uma série de conceitos de Star Wars, todos violentamente amontoados num cartucho como o Luke sendo atropelado pelo wampa. Você começa o jogo como Luke enfrentando escorpiões e um estranho monstro Sarlacc.
Luke então encontra C-3PO encalhado no deserto e a dupla precisa resgatar R2-D2 dos Jawas, que não são uma raça de catadores de lixo, mas saqueadores violentos. Tudo parece uma realidade alternativa insana, especialmente a estranha luta entre Chewbacca e o que parece ser o Ed-209 do Robocop a bordo da Estrela da Morte.
Super Star Wars acabou por ser um jogo extremamente desafiador e totalmente infiel ao material de origem sem nenhuma razão aparente… Mas ainda é um pouco divertido de jogar. Foca no “um pouco”.
Home Alone (1991, Nintendinho / Super Nintendo / Mega Drive)
Lançado um ano após Esqueceram de Mim, o jogo faz tanto sentido quanto o filme: nenhum. Pior, não é como se o jogo tivesse uma versão terrível pra videogames diferentes, porque cada sistema abraçou seu próprio nível de ridículo.
Na versão de Nintendinho, Kevin tem que correr pela casa por vinte minutos – nem um segundo a mais ou a menos -, evitando os bandidos molhados, num jogo de resistência desafiador. Na versão de Super Nintendo, Kevin tem que esconder sacos de dinheiro aleatórios da família e dezenas de animais de estimação num cofre de segurança, enquanto alguns bandidos vagam sem rumo ao redor da casa.
A coisa toda termina com uma luta contra um rato de tamanho humano. Finalmente, no jogo do Mega Drive, Kevin tem que defender um bairro inteiro, sendo que algumas das casas são habitadas por fantasmas e robôs assassinos. Eu não sei se qualquer pessoa envolvida a qualquer um desses jogos sequer assistiu ao filme.
Austin Powers: Welcome to My Metro Lair! (2000, Game Boy Color)
No ano de 2000, a Internet já hospedava inúmeros sites de filmes que expandiam a experiência cinematográfica. O site Space Jam – ainda online, não sei por quê – foi lançado em 1996, quando sites de filmes ainda eram um conceito futurista. Welcome to My Metro Lair! oferecia todo o conteúdo geralmente disponibilizado em sites de filmes, mas de forma paga.
É supostamente uma simulação de um computador da base do Dr. Evil, mas não fica claro se é o seu próprio computador ou mais um surto dos desenvolvedores de jogos.
O cartucho inclui um monte de minigames terríveis e – o melhor de tudo – uma calculadora, apenas no caso de você ter que fazer dever de casa de matemática e não têm acesso a uma das outras milhares de opções mais sensatas. É uma afronta que a Rockstar Games tenha cobrado algum centavo por isso, mas se você é fã do Austin Powers, talvez até mereça.
Jaws (1987, Nintendinho)
Tecnicamente, Jaws é baseado filme Tubarão IV: A Vingança – aquele onde a mulher começa a ter poderes psíquicos. Mesmo com quatro filmes pra se inspirar, Jaws consegue ser um Moby Dick dos infernos.
Como um jogo sobre destruir toda a vida marinha com bombas e lanças, associar este título aos filmes é como chamar uma banana de bumerangue. Você pode jogá-lo, mas provavelmente vai se esquecer que isso deveria ser um jogo de um filme.
Fight Club (2004, PlayStation 2 / Xbox)
Alerta de spoiler: o filme Clube da Luta não é sobre luta. Na melhor das hipóteses, a luta foi tangente à trama principal do thriller psicológico, mas como alguém que escreve um resumo de um livro só olhando pra capa, a VU Games fez um jogo bastante genérico sobre luta.
Enquanto eles tentaram inovar em algumas áreas, incluindo danos permanentes e cenas em slow-motion e raio-x, a coisa toda acabou sendo apenas uma dúzia de personagens genéricos trocando socos. É o equivalente a fazer um jogo de Tomates Verdes Fritos onde você literalmente tem que colher e fritar tomates verdes.
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