Antes que Josef Jakobs se tornasse um espião nazista, ele já vivia uma vida um tanto quanto inusitada. De soldado a dentista, de dentista a ladrão, e de ladrão a espião; a história de Jakobs ainda poderia ter sido perdida nas tantas sobre a Segunda Guerra Mundial, se não fosse pelas estranhas circunstâncias de seu fim.
Um improvável espião?
De descendência alemã, Josef Jakobs nasceu em Luxemburgo no ano de 1898, Jakobs serviu na infantaria alemã durante a Primeira Guerra Mundial e recebeu a Cruz de Ferro 1ª Classe, condecoração militar dada à aqueles que demonstrassem honra ou bravura nas batalhas.
Depois da guerra, ele mudou de forma radical e tornou-se dentista em Berlim pelos próximos nove anos. Ele se casou com Margarete Knöffler em 1926, e teve três filhos. Mas no início do ano de 1930, que seus dias começaram a mudar mais drasticamente.
Com o início da Grande Depressão, Jakobs foi forçado a fechar sua clínica, e de um profissional de Berlim, tornou-se um bandido mesquinho. Em 1934, na Suíça, ele foi preso por um esquema envolvendo a venda de ouro falsificado. Ele retornou a Alemanha após sua libertação em 1937 e logo se envolveu em outro esquema de ganhar dinheiro: vender passaportes forjados para judeus desesperados para escapar da Alemanha nazista.
Dois anos depois em 1939, Jakobs foi pego novamente, mas desta vez ele foi enviado para o notório campo de concentração alemã, Sachsenhausen. Um ano depois, ele foi convocado para servir em sua segunda guerra.
Josef Jakobs inicialmente serviu no serviço meteorológico da Força Aérea Alemã. Logo ele foi recrutado pela inteligência militar alemã, como espião. No entanto, para um agente disfarçado, o ex-dentista de 43 anos de idade recebeu muito pouco treinamento.
Em uma entrevista ao The Radio Times, a neta de Jakobs, Giselle, explicou que, embora seu avô tenha aprendido os fundamentos do código Morse, “eles nem sequer deram a ele um único salto de paraquedas na prática”.
Jakobs logo soube que seria paraquedista em uma missão na Inglaterra, apesar do fato de estar longe de ser fluente na língua. E na Grã-Bretanha dos tempos de guerra, quem falava com um pesado sotaque estrangeiro, quanto mais um alemão, estava fadado à suspeitas. Como Giselle declarou: “Ele estava em uma situação tão boa quanto a de um morto no momento em que saltou do avião”.